terça-feira, 26 de março de 2019

Nada

Quero ser antigo, velho e gasto.
Quero ser um mito, uma lenda na boca de estranhos.
Quero nunca ter existido.
Não quero morrer.
Não quero evoluir.
Não quero matar.
Os nomes são ultrapassados e não são práticos.
O verbo é prático e progride para o futuro.
O futuro é distante - com muitas realidades - logo é total.
O presente é real.
O passado é nominal.
O passado do passado é nada.
O futuro do futuro é nada.
Logo, existem três elementos dentro de um continente: nome, realidade e tudo, no nada. Sendo, pois, este aquilo que há de maior e mais absoluto; falo em grau de absolutismo, pelo costume ("Deus é absoluto."), mas mais absoluto, nada é.
O que é o nada? Primeiramente, ele não o é de fato, porque jamais foi visto, pelo mesmo motivo não é de direito.
Ele - em essência - é o desconhecido, aquilo que há de vir, nada mais, nada menos.

4 comentários:

  1. Sua inteligência me cativa. Sugiro buscar profissionalização na área da literatura para aprimorar cada vez mais sua retórica tão eloquente!

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