Foto minha!
Inauguro meu trabalho falando o óbvio: é um elogio a Jesus
Cristo.
Antes de Cristo já havia substância na Terra, sendo sua
revolução meramente formal, pois concedeu-nos novo jeito de ver o mundo. Isso é
algo que interpretei de uma frase antes do sumário do livro, que era: "Ele
brilhou onde não havia nenhum raio de sol. Depois que ele passou pela Terra
nunca mais fomos os mesmos." Assim, temos uma noção dual, pois o Dr. Cury
mostra-se muito religioso elogiando tudo do mestre, eu pretendi ser mais
austero.
Essa dicotomia proposta está no cerne filósofo-religioso. Na
filosofia, somos livres para pensarmos o que quisermos (plasticidade essa
discutida no final do livro), enquanto na religião somos obrigados a viver a
vontade de Deus e submetermo-nos como cordeiros no abatedouro para adquirir a vida
eterna. Eu mesmo sou mais artístico, ou seja, pondero as duas vertentes até
chegar à ciência do que prefiro em minha vida.
Cada um deve escolher conforme prefira (a liberdade de
Cristo é discutida na obra) e julgo conveniente auxiliar cada um naquilo que
convenha viver. Já discutimos largamente Nietzsche em sua toada de Anticristo e
Para Além do Bem e do Mal. Na brochura do momento, temos uma perspectiva
inversa: tudo é motivo para engrandecer o mestre de Nazaré. Este autor prefere
dizer-se neutro ou imparcial (mero psiquiatra), mas acredito que ele já é um
religioso bem fanático.
Nesta passagem: "Os fracos mostram a força da ira, mas
os fortes mostram a força do perdão.", p. 48. É verdade que qualquer
pessoa fraca é tão indulgente que autoperdoa, isto é, já tem o agressor por
perdoado, porque nada poderá contra-fazer e falar que o leão é mais fraco do que
o cordeiro (derivativo da assertiva) é um absurdo.
Em que pese o absurdo natural da frase (filosófico), a
antinatureza (dissertada por Nietzsche) baseia a premissa, por quê? Para um
fanático, agindo Jesus de um jeito o mundo retorce-se para que ele esteja
certo, o que quer dizer que, tudo que o Cristo fez - certo ou errado - promove
a corrupção do mundo, para que ele encaixe-se como absoluto (na medida e razão
que eles estão em conflito) os religiosos irão a favor - absolutamente - do
Salvador, os filósofos - absolutamente também - do mundo.
Existe um conflito previsto em 1 Jo 5:19: "Sabemos que
somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno." Com esta
premissa os religiosos estão certos e filósofos - naturalistas - estão errados.
Existe um conflito constante entre a liberdade absoluta de uns e a rigidez dos
costumes de outros (libertinos vs. jansenistas). Com um pregando a natureza e o
outro, a antinatureza.
"Um carpinteiro causava uma grande revolução em suas
vidas.", p. 70 é continuação do que vínhamos tratando. A antinatureza,
capitaneada por Jesus Cristo está em provar que um grande líder é um
carpinteiro e que um Deus é um homem, devendo lembrar-nos de que os primeiros a
escolherem o relativismo foram os sofistas com Protágoras declarando em suas
Antilogias: a necessidade de "fortalecer o argumento mais fraco".
Assim a religião cristã é uma corrupção do mundo material ou
visível, em busca do imaterial ou intangível, implicando em terrena imoralidade
e necessidade de subversão, porquanto estão armados até os dentes com suas
bênçãos infinitas. Cuidado com os cristãos!
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