sábado, 20 de julho de 2019

Resenha O Anticristo, parte 2

Foto minha!


Este livro abençoa enormemente o cristianismo. Com sua visão austera e justa, Nietzsche impressiona-nos com seu ódio e vontade de destruição. Essa é a visão geral do livro que ao criticar a religião, somente engrandece-a. Ele diz, por exemplo que o cristão é doente, no af. 3, p. 15 e que "Cristão é o ódio...", af. 21, p. 40. Dentre tantas formas de ofender nossa religião ele utilizou as mais básicas e inerentes aos costumes cristãos.
Algo que ele não deve ter notado - considerando o meio utilizado - é que tudo que o cristianismo quer é ser destruído, ou seja, ir ao paraíso! E tem infinitas falhas, porque o reino de Cristo ainda não foi instaurado. "Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;" Rm 14:17, com isso tem-se a constante de O Pequeno Príncipe: "O essencial é invisível aos olhos," p. 72.
O que quero dizer é que as vontades do cristianismo e de "O Anticristo" são as mesmas, qual? O "cristianíssimo", o que é isso? O fim da chandala (pária, inferioridade), porque todos seriam brâmanes (sacerdotes, superiores); o fim da antinatureza, porquanto o paraíso seria a nova natureza! Quanto a isso, trata-se de revolução no pensamento, pois não haveria discriminações - não por imposições artificiais - mas sim, porque não haveria o que ser discriminado.
Podemos entender o ódio de Friedrich, quem pretende desmascarar as fraquezas do cristianismo, contudo essa é a conduta eclesiástica básica, assim acredito que ele seria muito mais efetivo comungando em uma igreja. Neste momento, enfatizo a virtude de ambos e como cada um obteria mais do que deseja unindo-se, o anticristo frequentando o templo, para desmenti-lo e Cristo ganhando uma ovelha.
Eu, como cristão, só quero contribuir ao anticristianismo (pelo amor!), previsto em 1 Jo 2, é um comportamento moderno válido de expressão do individualismo, afinal ninguém é anticristo acompanhado, Nietzsche em suas "sete solidões" é um bom exemplar disso. Agora, discutimos a utilidade ou o destino do filósofo do martelo, ele viveu uma vida compatível com seu estilo e sofreu um surto psicótico por isso, ano seguinte à escrita deste livro.
No tocante ao finalmente, aquele que quer destruir o cristianismo deve ser apático, pois todas as emoções são cristãs, por exemplo, o ódio do autor tinha por finalidade proteger o que ele mais amava: ele mesmo. Como bom paradigma de satanismo, que só tem a ganhar misturando-se com a chandala cristã. Ele exerceu muito de sua emoção sozinho, se compartilhasse com outros, na prática, poderia ganhar muito.
Ele, portanto, dedicou-se a sentir muita raiva do mestre de Nazaré, especialmente por seu nascimento humilde. E - querendo feri-lo - expressou todo seu ódio em "O Anticristo", relembremos, pois, o que a Bíblia fala sobre isso: "Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca." Ap 3:16 Só incomoda Deus o inerte, se o que sentes é frio ou quente, ódio ou amor não interessa, isto agradará a Deus. Obrigado.
Referência: Nietzsche, Friedrich Wilhelm. O Anticristo: maldição contra o cristianismo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2017. Tradução, notas e apresentação de Renato Zwick. ISBN 978–85–254–1791–6.

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