domingo, 21 de julho de 2019

Resenha O Mestre da Vida

Foto minha!


Inauguro meu trabalho falando o óbvio: é um elogio a Jesus Cristo.
Antes de Cristo já havia substância na Terra, sendo sua revolução meramente formal, pois concedeu-nos novo jeito de ver o mundo. Isso é algo que interpretei de uma frase antes do sumário do livro, que era: "Ele brilhou onde não havia nenhum raio de sol. Depois que ele passou pela Terra nunca mais fomos os mesmos." Assim, temos uma noção dual, pois o Dr. Cury mostra-se muito religioso elogiando tudo do mestre, eu pretendi ser mais austero.
Essa dicotomia proposta está no cerne filósofo-religioso. Na filosofia, somos livres para pensarmos o que quisermos (plasticidade essa discutida no final do livro), enquanto na religião somos obrigados a viver a vontade de Deus e submetermo-nos como cordeiros no abatedouro para adquirir a vida eterna. Eu mesmo sou mais artístico, ou seja, pondero as duas vertentes até chegar à ciência do que prefiro em minha vida.
Cada um deve escolher conforme prefira (a liberdade de Cristo é discutida na obra) e julgo conveniente auxiliar cada um naquilo que convenha viver. Já discutimos largamente Nietzsche em sua toada de Anticristo e Para Além do Bem e do Mal. Na brochura do momento, temos uma perspectiva inversa: tudo é motivo para engrandecer o mestre de Nazaré. Este autor prefere dizer-se neutro ou imparcial (mero psiquiatra), mas acredito que ele já é um religioso bem fanático.
Nesta passagem: "Os fracos mostram a força da ira, mas os fortes mostram a força do perdão.", p. 48. É verdade que qualquer pessoa fraca é tão indulgente que autoperdoa, isto é, já tem o agressor por perdoado, porque nada poderá contra-fazer e falar que o leão é mais fraco do que o cordeiro (derivativo da assertiva) é um absurdo.
Em que pese o absurdo natural da frase (filosófico), a antinatureza (dissertada por Nietzsche) baseia a premissa, por quê? Para um fanático, agindo Jesus de um jeito o mundo retorce-se para que ele esteja certo, o que quer dizer que, tudo que o Cristo fez - certo ou errado - promove a corrupção do mundo, para que ele encaixe-se como absoluto (na medida e razão que eles estão em conflito) os religiosos irão a favor - absolutamente - do Salvador, os filósofos - absolutamente também - do mundo.
Existe um conflito previsto em 1 Jo 5:19: "Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno." Com esta premissa os religiosos estão certos e filósofos - naturalistas - estão errados. Existe um conflito constante entre a liberdade absoluta de uns e a rigidez dos costumes de outros (libertinos vs. jansenistas). Com um pregando a natureza e o outro, a antinatureza.
"Um carpinteiro causava uma grande revolução em suas vidas.", p. 70 é continuação do que vínhamos tratando. A antinatureza, capitaneada por Jesus Cristo está em provar que um grande líder é um carpinteiro e que um Deus é um homem, devendo lembrar-nos de que os primeiros a escolherem o relativismo foram os sofistas com Protágoras declarando em suas Antilogias: a necessidade de "fortalecer o argumento mais fraco".
Assim a religião cristã é uma corrupção do mundo material ou visível, em busca do imaterial ou intangível, implicando em terrena imoralidade e necessidade de subversão, porquanto estão armados até os dentes com suas bênçãos infinitas. Cuidado com os cristãos!

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